Idealização e Big Brother
Acontece que quando idealizamos pessoas de carne e osso, como nós, essas pessoas erram e acabam nos mostrando que esse posto idealizado na verdade não existe. As vezes aceitamos as falhas e faltas, os ídolos viram humanos, nós mesmos nos tornamos humanos, e seguimos em frente.
Mas pode ser também que suportar a falta seja por demais dolorido e então começamos a negar a humanidade do ídolo. Porque dizer que ele é falho é dizer que nós somos falhos, nossas ideias, o que acreditamos, não são a verdade absoluta, não servem pra todo mundo, e então sentimos que não somos tão bons assim. Para que isso não aconteça, rapidamente saímos em defesa do ídolo e tentamos consertar qualquer tipo de ação incoerente dele. Damos voltas no pensamento, aceitamos comportamentos inaceitáveis, justificamos falas impróprias.
Quando penso nesse assunto lembro dos ídolos produzidos pela indústria cultural, dos políticos, e mais recentemente do Big Brother Brasil. Escolhemos um favorito, o ídolo, este deve sempre acertar, ele nos representa. Defendemos essa pessoa que acabamos de conhecer com unhas e dentes, colocamos nossas ideias nela, discutimos com amigos e parentes por causa desses desconhecidos que cremos conhecer muito bem e serem tão perfeitos. Ídolos. Partes de nós que projetamos em um outro.

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